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As mortes foram de duas mulheres jovens nas cidades de Valença e Itabuna
O Ministério da Saúde (MS) confirmou nesta quinta-feira (25) as duas mortes registradas por febre do oropouche no interior do estado da Bahia. Como não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença, essas foram as primeiras ocorrências em todo o mundo. Mais um óbito continua em investigação em Santa Catarina e foi descartada a relação causal por febre do oropouche de um óbito ocorrido no Maranhão.
Em três meses, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou duas mortes decorrentes de febre do oropouche nas cidades de Valença e Itabuna, no sul baiano. Nos dois casos, as duas mulheres tinham 21 e 24 anos, não possuíam comorbidades e tiveram sinais e sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave.
Até o dia 18 de julho deste ano, foram registrados 835 registros na Bahia. No Brasil, segundo o Ministério, foram 7.236 casos de febre do oropouche, em 20 estados. A maior parte dos casos foi registrada no Amazonas e em Rondônia. Ilhéus é a cidade baiana com mais casos diagnosticados: 110 apenas neste ano. Até agora, 59 municípios baianos registraram pessoas com febre do oropouche, o que representa 14,1% de todas as cidades do estado.
A doença já era considerada endêmica na região Norte do país e, a partir do segundo semestre de 2023, o Laboratório Central da Bahia (Lacen-BA) incorporou o diagnóstico de febre oropouche. A medida possibilitou que os primeiros casos fossem detectados no estado.
Transmissão vertical da doença
Segundo o MS, estão em investigação seis casos de transmissão vertical (de mãe para filho) da infecção da febre do oropouche. São três casos em Pernambuco, um na Bahia e dois no Acre. Dois casos evoluíram para óbito fetal; houve um aborto espontâneo e três casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia. As análises estão sendo feitas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se há relação entre a febre do oropouche e casos de malformação ou abortamento.
O vírus oropouche
O vírus do Oropouche foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).
A transmissão da doença é feita principalmente por mosquito conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Prevenção
- Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível;
- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele;
- Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas;
- Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde locais para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.
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