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Estamos aqui para atualizar e informar a todos os amantes do trabalho do nosso Mestre Bule-Bule sobre a situação da sua saúde, tivemos um susto grande, mas estamos bem agora, buscando a sua melhora a cada dia e vencendo cada batalha com a alegria de quem canta um martelo agalopado e faz um samba até o dia amanhecer.
O incidente que culminou na amputação do pé esquerdo do Mestre e todo o desenrolar do processo de recuperação está acontecendo desde o final de outubro de 2021 e é por esse motivo que estávamos mais reservados dedicados exclusivamente a sua recuperação.
Você pode ajudar o nosso Mestre, seja contribuindo com qualquer quantia para as despesas médicas através do PIX 041 849 045 72, adquirindo alguma das suas obras no site www.cordelizar.com.br, ou simplesmente emanando boas energias para que Deus e a Virgem da Conceição continue abençoando e protegendo o nosso poeta.
QUEM É BULE BULE
Bule-Bule marca dupla presença no recém-lançado quarto álbum da banda baiana como parceiro e convidado das músicas Oxe (Russo Passapusso, Roberto Barreto, Bule-Bule e Rapadura) e Vixe (Roberto Barreto e Bule-Bule).
A conexão musical surpreende somente quem desconhece que, em abril de 2017, Bule-Bule já dividiu o palco com a BaianaSystem, em show em Salvador (BA), a convite do coletivo soteropolitano.
Cordelista, repentista e “sambador”, como o artista costuma se definir, Bule-Bule é o nome artístico de Antônio Ribeiro da Conceição, baiano de atuais 73 anos, nascido em 22 de outubro de 1947 em Antônio Cardoso (BA), município do estado da Bahia.
Na arte de Bule-Bule, escrita com doses bem calculadas de lirismo e crítica social sintonizada com a postura engajada da BaianaSystem, as águas do Recôncavo Baiano banham a terra seca do sertão baiano.
Como repentista e cordelista, Bule-Bule é voz resistente desse sertão abafado pela folclórica imagem litorânea e tropical da Bahia.
Como “sambador”, munido de prato e faca, como visto na foto acima, tirada por Cartaxo em estúdio durante a participação do artista no disco da BaianaSystem, Bule-Bule entra na roda do samba de viola, com o habitual chapéu de couro, na cadência aliciante que faz do Recôncavo um dos maiores guardiões das tradições musicais baianas.
Pouco conhecido fora das fronteiras da nação nordestina, embora já tenha se apresentado eventualmente em palcos dos Estados Unidos e da Europa, Bule-Bule já contabiliza cerca de 50 anos de carreira como cantador em trajetória que rendeu oito álbuns e quatro DVDs, incluindo títulos coletivos como o álbum Os cantadores da terra do sol (1980), marco inicial da discografia do artista.
O primeiro álbum solo dessa discografia de alcance somente local, Só não deixei de sambar, foi gravado em 1997 e editado em 1998.
Pelo trabalho que torna o próprio Bule-Bule um guardião da cultura popular afro-brasileira, inclusive por ajudar a manter vivos gêneros como o coco e o samba cultivado no sertão da Bahia, o artista já foi laureado em 1993 com o título de cidadão honorário de Salvador (BA) – cidade onde morou e se apresentou durante anos – e, em 2008, recebeu a Medalha da Ordem do Mérito Cultural.
Residente em Camaçari (BA), município do estado da Bahia, Bule-Bule já fez conexões musicais com artistas como Gereba e Xangai. Em 1994, dividiu álbum com Antônio Queiroz, A fome e a vontade de comer, disco batizado com o nome de uma das músicas mais conhecidas do cancioneiro autoral do artista.
Herdeiro do talento do pai, Manoel Moniz (1915 – 1996), “sambador” conhecido como Manoel Jararaca, Bule-Bule se movimenta bem no universo musical forrozeiro com repentes e cordéis politizados que fazem a cabeça de discípulos do mestre, como Russo Passapusso.
Não foi à toa que, ao adentrar o grande sertão nacional, a BaianaSystem requisitou a companhia de Antônio Ribeiro da Conceição, o arretado Bule-Bule.
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