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Baterista é condenado a 27 anos de prisão por morte de mulher a marteladas. O baterista Luis Alberto Bastos Barros, 30 anos, foi condenado no fim da tarde desta sexta-feira (29) a 27 anos e dois meses de prisão, em regime fechado, pela morte da musicista Mayara Amaral, 27 anos, em crime ocorrido em julho de 2017, em Campo Grande, mato Grosso do Sul. Os sete jurados foram favoráveis à tese da acusação de homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe e emprego de meio cruel.
A defesa do réu disse que irá recorrer da decisão, pedindo anulação da sentença, sob alegação de não ser crime de feminicídio e que o réu é semi-imputável, pois não teria entendimento completo do crime cometido, conforme laudo psiquiátrico anexado ao processo.
Segundo a denúncia, Mayara e Luis Bastos tinham um relacionamento e, no dia 25 de julho de 2017, haviam se encontrado em um motel da cidade. O rapaz deu três versões para o crime e, a última, adotada pela defesa, é a de que a matou a marteladas num momento de raiva, após uma discussão entre eles.
Depois, levou o corpo para um matagal na rodovia MS-080, e ateou fogo na vítima. O acusado levou o carro dela e o vendeu. Luis Alberto foi preso no dia seguinte ao crime. O julgamento começou às 8h com protestos de amigos, familiares de Mayara e de integrantes do grupo Frente Mulheres pela Democracia, em frente ao Fórum de Campo Grande. Dois plenários foram reservados para o julgamento.
Interrogado durante o júri, Luís Alberto disse que não sabia o que estava fazendo. "Estava fora de mim", respondeu, repetidas vezes. O rapaz estava a pouco metros da mãe e da irmã de Mayara, mas mantinha a cabeça abaixada, evitando olhar para as duas.
O advogado Conrado da Silva Passos alegou que o baterista estava sob efeito de drogas e foi tomado por "violenta emoção" durante a discussão com Mayara que, segundo ele, o teria provocado, ameaçando contar sobre o relacionamento deles para a namorada do baterista.
Passos desqualificou a tese de feminicídio, afirmando que não havia um relacionamento entre os dois que sustentasse a tese. Também negou a de destruição de cadáver, pois o fogo no matagal não teria sido provocado pelo réu.
A defesa também contestou dados da perícia, alegando que Luis "deu uma martelada só" na cabeça de Mayara. Laudo indica pelo menos seis golpes no crânio da vítima.
A promotora Aline Mendes Francos Lopes defendeu a tese de premeditação, já que Luis Alberto havia levado o martelo para o quarto de motel, dentro da mochila. Ele teria esperado a vítima dormir para atacá-la. Depois de ter matado a jovem a marteladas, limpou o quarto e colocou o corpo no porta-malas.
Mais tarde, de acordo com a promotora, câmeras de segurança de conveniência mostram quando ele entrou no local e compra uma garrafa de álcool. Ele ainda levou o carro, violão, guitarra, notebook e amplificador de som da vítima para revender.
Pela sentença, Luis Alberto foi condenado a 23 anos e seis meses por homicídio qualificado, dois anos por furto e dois anos e dois meses por destruição de cadáver. Para a mãe de Mayara, Ilma Cardoso, a sentença foi um alívio.
"Ele levou minha filha de forma brutal, ele a arrancou para sempre, não a traz de volta, mas alivia", disse a mãe, Ilda Cardoso. A irmã, Pauliane Amaral, 32 anos, esperava a sentença máxima. "A gente vive em um País que não para de matar mulheres,30 anos era o mínimo".
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